sábado, 13 de junho de 2009

French chic para muitos;

As ruas de Paris indicam que o hi-lo descobre novas possibilidades, muito além do mix luxo versus fast-fashion

¬ Emanuelle Alt nas ruas de Paris: musa do novo hi-lo

Nada melhor do que a temporada de desfiles na Europa para refinar o olhar e perceber o que há de mais novo na moda. Por vocação, as passarelas antecipam o futuro, com desejos que às vezes ainda não imaginamos. Mas hoje são as ruas – de Londres, Paris e Milão -, invadidas por um público que dá a maior bandeira de estar ligado à moda, o melhor laboratório para entender qual tom mais cool do momento.

Esse universo, que gravita em torno dos desfiles, multiplica depoimentos fashion, de toscos a chiques. Suspeito que, em plena era das celebridades, seja a síndrome do “tomara que me fotografem”. Se ontem eram só as relativamente obscuras revistas de street style japonesas que diligentemente documentavam cada look, hoje existem blogs supervisitados que editam o que julgam ser imagens mais marcantes, extravagantes ou excêntricas.

Reparei que as verdadeiras trend-setters – que podem vestir o que quiserem – estão mais discretas. Ninguém quer aparecer exibidinha nem anúncio de marca de luxo. Quando Emmanuelle Alt, supereditora da Vogue francesa, aparece de botas, jeans, biker jacquet e lenço palestino legítimo (em vez do de Balenciaga) ou com t-shirt marinheira da Sandro e fica sexy e bacanérrima, é hora de prestar atenção. O exercício cada vez mais sofisticado do hi-lo está voltando à cena e novas marcas estão aparecendo. Não são mais os grandes empórios de moda como H&M, Zara e Topshop que dão as cartas. São marcas, na maioria francesas, com pequenas lojas próprias nos endereços mais quentes de Paris ou com corners em grandes lojas como Galeries Lafayette, Bom Marché e Printemps. Originais, trendy, com preços razoáveis, dirigem-se a mulheres jovens de todas as idades. Revolucionando o mercado com novidades a cada semana, ocupando o espaço que fica entre as marcas de luxo e o mercadão fast-fashion.

Em Paris, as mais faladas são Sandro, Maje, Manoush, Isabel Marant Étoile, Zadig & Voltaire, ba&sh, Athé (segunda linha de Vanessa Bruno) e a Paule Ka, essa última do brasileiro Sergio Cajfinger. A maioria já existia antes da Zara, mas agora encontram ressonância por não serem “usinas de cópia” de marcas de luxo. Estão estimulando o revival do chic parisiense de rua, cool, sexy e sofisticadamente à vontade, feito de peças componíveis – com destaque para vestidos -, pensadas para serem personalizadas com acessórios e a atitude certa. Prova de que estilo não depende exclusivamente da carteira.

¬ Street Style: ruas de Londres, Paris e Milão

















Não deixem de conferir a pastagem do Butique lá no Affair.

Um grande abraço e até semana que vem!

3 comentários:

Ângela Cislaghi disse...

adorei as fotos, são lindas!
obrigada pela contribuição
beijoo

David Deisson disse...

Eu também gostei Angel, principalmente do assunto, prova - e muito - que estilo não depende exclusivamente de dinheiro. Você pode ser bem vestido, com pouca grana. É uma questão de bom gosto!

Gabriel Broadhurst disse...

Realmente tenho que concordar com vocês.. a postagem esta muito bem abordada, belas fotos. Parabéns pela iniciativa.